quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Saiba mais sobre a camada de Ozônio


O que é Ozônio?

Alexsandra de Amorim Moisés da Silva LaraO ozônio (O3) é um gás instável, diamagnético, com PE -112oC. É uma forma alotrópica do oxigênio, constituído por 3 átomos unidos por ligações simples e duplas, sendo um híbrido de ressonância com comprimento médio de ligação de 1,28 Ao, formando um ângulo de 116o49'. O ângulo de ligação determinado experimentalmente está de acordo com previsto pelo modelo RPECV (120o). É um agente oxidante extremamente poderoso mais fraco apenas que o F2, reagindo muito mais rapidamente que o O2 . Sua alta reatividade o transforma em elemento tóxico capaz de atacar proteínas (destruindo microorganismos) e prejudicar o crescimento dos vegetais. É um gás à temperatura ambiente, de coloração azul-pálida, devido à intensa absorção de luz vermelha, atingindo coloração azul-escura quando transita para o estado líquido, situação em que adquire propriedades explosivas.

Como o Ozônio é produzido?

É produzido naturalmente na estrastosfera pela ação fotoquímica dos raios ultravioleta sobre as moléculas de oxigênio. Esses raios são suficientemente intensos para separar os dois átomos que compõe a molécula de O2, produzindo assim o oxigênio atômico.
Ex.: O2(g) + hn --> O + O
Onde hn representa a energia correspondente à luz ultravioleta necessária para a ocorrência da dissociação. A produção de ozônio é realizada numa etapa imediatamente posterior, resultando da associação de um átomo de oxigênio e uma molécula de O2 na presença de um catalisador (elemento necessário para manter o balanço de energia mas que não é consumido na reação).
Ex.: M O + O2(g) ----> O3(g)

O que é a Camada de Ozônio?

Devido à alta reatividade, a concentração de ozônio é resultado de um equilíbrio entre a sua produção e destruição, gerando camadas de alta e baixa concentração que atingem níveis máximos numa faixa de 30 Km de altura, chamada Camada de Ozônio.
Está situada na estrastosfera, entre 15 e 50 Km , formando um escudo protetor natural da Terra, contra as radiações UV provenientes do Sol.
Quando os raios UV incidem sobre uma molécula de ozônio, esta energia extra rompe as ligações entre os átomos, liberando uma molécula de O2 e um átomo de O livre.
O3(g) + hn --> O(g) + O2(g)
Nesta reação demonstramos que o Ozônio é consumido naturalmente como também é produzido na presença de um catalisador, havendo um equilíbrio.

Como é Destruída a Camada de Ozônio?

O ozônio doa , com facilidade, moléculas de oxigênio para espécies de radicais livres como o nitrogênio, hidrogênio, bromo e cloro. Esses compostos ocorrem naturalmente na estratosfera a partir de fontes como o solo, vapores d'água e oceanos.
Ex.: O3(g) + X --> XO + O2(g)
Onde X pode ser O, NO, OH, Br ou Cl.
Está comprovado que emissões de enxofre, cloro, cinzas e calor decorrentes de fenômenos naturais (como erupções vulcânicas) contribuem para redução da camada de ozônio. Isso, porém, não livra o homem de sua parcela de responsabilidade do problema.
Compostos manufaturados são também, capazes de alterar o nível de ozônio na atmosfera.
Substâncias com CFCs e BrFCs podem atravessar intactas as camadas mais baixas da atmosfera e se acumularem nas camadas superiores onde a radiação UV é suficientemente forte para decompor as moléculas liberando bromo e cloro em quantidade suficiente para atacar a camada de ozônio.
Os CFCs são usados extensivamente em aerosóis, ar-condicionado, refrigeradores e solventes de limpeza. Os dois principais tipos de CFCs são o triclorofluorcarbono (CFCl3) ou CFC-11 e diclorodifluormetano (CF 2Cl2) ou CFC-12. O triclorofluorcarbono é usado em aerosóis, enquanto que o diclorodifluormetano é tipicamente usado em refrigeradores.
Perto da superfície da terra clorofluorcarbonos são relativamente inofensivos porque não reagem espontaneamente. São insolúveis em água, não podendo ser "lavados" pela chuva. Está comprovado que sua estabilidade é o que o torna mais perigoso, porque ele atravessa a atmosfera intacto, acumulando-se na estratosfera, onde pode ser decomposto pelos raios UV.
Na estratosfera, a radiação UV de alta energia ocasiona a fotodecomposição das moléculas de CFCs liberando átomos de cloro que é um poderoso catalisador da destruição do ozônio. Inicialmente os átomos de cloro livres, reagem com compostos instáveis contendo oxigênio, como exemplo o ozônio, formando monóxido de cloro (ClO).
Ex.: Cl + O3(g) --> ClO(g) + O2(g)
O monóxido de cloro reage com átomos de oxigênio, produzindo moléculas de O2 e novamente, átomos de cloro. O átomo de cloro regenerado inicia um novo ciclo de destruição, portanto, um único átomo de cloro pode ser capaz de destruir até cem mil moléculas de ozônio.
Ex.: ClO(g) + O --> Cl + O2(g)


Quais os Problemas Decorrentes da Destruição da Camada de Ozônio?

O ciclo de destruição do ozônio estratosférico por radiação UVB desempenha um papel importante em favor da vida, pois diminui a quantidade de radiação UV que chega até superfície do planeta. A radiação UV, que bronzeia, seca e envelhece a pele, é prejudicial aos animais e plantas, principalmente porque pode danificar o DNA (ácido desoxirribonucléico). Essa molécula contém informações genéticas necessárias para reprodução e manutenção saudável dos seres vivos.
Danos causados ao DNA por exposição excessiva à radiação UV, aumentam a probabilidade de ocorrer uma mutação indesejável durante a reprodução celular, levando eventualmente a um crescimento tumoroso como, por exemplo, o câncer de pele. A destruição da Camada de Ozônio multiplicaria estes efeitos.

Nenhum comentário: